quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Jesus no século 21





Deus Filho Deus, o Filho eterno, encarnou-Se em Jesus Cristo. Por meio dEle foram criadas todas as coisas, é revelado o carácter de Deus, efectuada a salvação da humanidade e julgado o mundo. Sendo para sempre verdadeiramente Deus, Ele Se tornou também verdadeiramente homem, Jesus, o Cristo. Foi concebido pelo Espírito Santo e nasceu da virgem Maria. Viveu, e experimentou a tentação como ser humano, mas exemplificou perfeitamente a justiça e o amor de Deus. Por Seus milagres manifestou o poder de Deus e atestou que era o Messias prometido por Deus. Sofreu e morreu voluntariamente na cruz por nossos pecados e em nosso lugar, foi ressuscitado dentre os mortos e ascendeu para ministrar no santuário celestial em nosso favor. Virá outra vez, em glória, para o livramento final de Seu povo e a restauração de todas as coisas. – Crenças Fundamentais, 4

Não há dúvida de que o nascimento de Jesus é um dos poucos eventos verdadeiramente significativos da História. Nossa contagem do tempo está relacionada com o Seu nascimento. Mas o mais importante para nós não se prende a datas ou calendário, é a experiência pessoal. É Jesus ainda vital para o mundo? E para a minha vida? Ou não estou preocupado com isso?

Embora tais perguntas sejam um tanto incómodas, não podemos desconsiderar os fatos. Forças históricas e sociais têm se conjugado, através dos tempos, talvez de forma mais intensa do que tenhamos percebido, para tirar Jesus do centro de nossas atenções. Pode ser interessante recordar tais factores para que revigoremos a ideia da significância de Jesus.

Má Comunicação e Ignorância.

Não diria que a crença em Jesus esteja se apagando. Pelo menos nas Américas, as estatísticas continuam a afirmar que a maioria das pessoas se confessa cristã.
O problema surge quando comparamos a atenção dada a Jesus com a atenção dada aos outros elementos de nossa vida. Só então se pode perceber que milhões de pessoas, consciente ou tacitamente, alteraram sua ordem de prioridades; e mesmo entre os crentes essa é uma triste realidade. Como explicar que o Filho de Deus, que realizou tão imensurável sacrifício pessoal por nós, tenha sido tão displicentemente retirado do centro da vida, até mesmo daqueles que querem ser chamados pelo Seu nome?

Para algumas pessoas, o problema nasce de uma falsa familiaridade com Jesus. “Apesar de a familiaridade não gerar desprezo – escreveu o crítico inglês William Hazlitt – ela frequentemente anula o senso de admiração.” Isso tem acontecido especialmente em lares evangélicos onde as crianças crescem ouvindo um maçante “blá-blá-blá” sobre Jesus. A menos que eles escolham conscientemente entregar-se ao serviço de Cristo, fatalmente ficarão ressentidos pelo tipo de religião teórica enfatizada por tais famílias. E quando a esse ressentimento se une a revolta própria da adolescência, o resultado pode ser uma definitiva opção pelos valores seculares. Quando muito, resta apenas um verniz de respeito por Jesus.

Paradoxalmente, uma completa ignorância a respeito de Jesus é o que leva outros à mesma falta de consideração. A maioria dos jovens de hoje cresce numa atmosfera em que Jesus é uma raridade quase desconhecida. Suas referências sobre Jesus não passam do bebé na manjedoura natalina ou da pálida figura pregada num crucifixo. E tanto num caso como noutro, são agregadas tantas fantasias que parece muito difícil ligar Jesus com um mundo de computadores e satélites espaciais.
O Mito da Invencível Humanidade.

Há vários outros elementos na cultura moderna que colaboram para extrair Jesus do quotidiano de milhões de pessoas, mas um dos principais é o chamado mito da invencível humanidade. Através dos séculos, especialmente os europeus dividiram a vida em compartimentos estanques. No Céu, dominava Deus – um ser solene, muito distante da humanidade, apenas acessível através de Jesus.

Na Terra, ficava a humanidade, infectada pela praga genética do pecado original, debilitada, condenada, impotente, presa num mundo misterioso e ameaçado, que, a qualquer momento e sem mais nem menos, podia ser maltratado. Calamidades como a peste bubónica, que se esparramou pela Europa e Ásia na Idade Média, ainda serviram para aterrorizar as pessoas e convencê-las de que estavam completamente desamparadas.

No meio desse fogo cruzado, começa a despontar a exploração científica da natureza. Um a um, os tenebrosos inimigos vão sucumbindo ao avanço da ciência. Velhos temores desapareceram, e em seu lugar foi se firmando uma nova confiança na habilidade humana e um correspondente senso de independência de Deus.
Por volta do século dezoito, iluminados filósofos começaram a penetrar em todos os campos, menos no da confiança em Deus, a quem olhavam com indisfarçado cepticismo. Estava nascendo o homem autónomo, e a vida parecia perfeitamente possível sem Jesus.

A cultura do século vinte está totalmente baseada nesse conceito da autonomia humana. De fato, de meia geração para cá, os sábios do mundo começaram a proclamar a era pós-cristã. O cristianismo parecia em franco declínio, tanto no número de adeptos quanto em sua habilidade para influenciar o mundo. Entretanto, actualmente os livros mais vendidos apontam para um indiscutível ressurgimento da fé em Jesus.

A despeito da ideia contrária de alguns, há uma decidida tendência para crer em Cristo como o maior objectivo da vida, um tremendo esforço para valorizar a vida construída em torno de Jesus. A tão decantada trama da auto-suficiência humana está em vias de se transformar em fiapos. Ao mesmo tempo que provê respostas aceitáveis para algumas questões da vida, ela não consegue resolver as mais importantes: Quem sou? Por que existo? Como será o amanhã? Qual o significado da vida?

E ainda a principal e final confrontação do optimismo humano: a morte. A percepção dessas realidades capitais nos leva de volta a Deus, cujo carácter e propósitos são revelados em Seu Filho, Jesus Cristo no Centro.

É preciso ser sincero, Cristo não nos dá respostas para cada coisa que acontece. A vida contém a mácula da tragédia, enquanto prossegue a batalha entre Cristo e Satanás e o mundo está imerso em pecado.

Em Seu ministério terrestre, Cristo poderia ter-Se envolvido com as enigmáticas questões que turvavam os pensamentos humanos. Mas em vez de satisfazer a curiosidade intelectual, Ele preferiu revelar-nos o Pai – não um austero e distante monarca, mas o compassivo Criador interessado em confortar a Seus filhos sofredores; a Majestade do Céu comovida pelos nossos desapontamentos e alegrias.
A revelação que Jesus faz do Pai demonstra-nos que Deus nos ajuda a crescer à medida que enfrentamos os problemas. Ele nos provê com a perseverança necessária para vencer o desapontamento e a tragédia. Jesus, a manifestação de Deus em forma humana, nos conforta com Suas tranquilizadoras palavras: “Quem Me vê a Mim vê o Pai.” João 14:9.

Uma vida centralizada em Cristo nos eleva acima do trivial, em torno do qual teríamos a tendência de ficar. Todas as pessoas que pensam um pouco reconhecem que servir ao próximo é um objectivo nobre. Jesus recomendou isso a Seus seguidores, mas sempre colocou tal ensino no contexto de nosso relacionamento com Deus. Muito além da mera compaixão reside o fato de que nós ministramos não apenas a nosso próximo, mas aos próprios filhos e filhas de Deus.

Ao mostrar o significado oculto num simples serviço de beneficência, o qual pode corresponder a uma oferta sobre o altar de Deus, Jesus nos deu a mais elevada razão da vida (Mat. 25:40 e 45). O grande ponto de referência é Deus.
A vida sempre vale a pena, porque não somos criaturas à deriva num Universo errante; somos Seus representantes, amados e comissionados pelo Todo-poderoso para anunciar boas-novas.

A vida, a morte e a ressurreição de Jesus demonstram de sobra que Deus está do nosso lado. E ainda mais, Jesus promete retornar em breve para recompensar Seus servos.

E além de tudo o mais, minha experiência pessoal me convence a respeito do valor de uma vida construída em torno de Cristo. Através de Jesus, eu me encaixo na segurança de que sou aceito pelo Criador e, sem dúvida alguma, passo a participar de uma economia ordenada. A vida não é um jogo de azar, mas uma estrutura criada e mantida pelo poder de Deus. E o grande Originador de tudo revela Sua boa vontade para connosco através do envio de Seu Filho.

Por que Cristo fez de tudo para nos resgatar? Exactamente porque o amor que redime é a mais pura essência do Seu carácter. Mas dentro da totalidade do plano de Deus a perspectiva do futuro dependeu ainda de uma decisão Sua. Ou, conforme expressou o apóstolo: “Em troca da alegria que Lhe estava proposta” Jesus “suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia.” Heb. 12:2.

Opresso pela incompreensão, rejeição, perseguição, e ainda por cima a cruz, o olhar de Jesus jamais deixou de contemplar a alegria futura da recepção dos santos na vida eterna. É claro que um Salvador como esse merece a posição central como o Senhor de minha vida.

George W. Reid

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