segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Vivendo pelo Espirito

VERSO PARA MEMORIZAR: “Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne” (Gl 5:16, NVI).

Leituras da semana: Gl 5:16-25; Dt 13:4, 5; Rm 7:14-24; Jr 7:9; Os 4:2; Mt 22:35-40

Um dos hinos cristãos mais amados é “Manancial de Toda Bênção” (Hinário Adventista, 214), de Robert Robinson. No entanto, esse compositor nem sempre foi um homem de fé. A morte do pai o deixou irado, e ele caiu na depravação e embriaguez. Depois de ouvir o famoso pregador George Whitefield, Robinson entregou a vida ao Senhor, se tornou um pastor metodista e escreveu esse hino que, originalmente, incluía os versos: “Oh, à graça quão grande devedor/Diariamente estou constrangido a ser!/Que Tua bondade, como uma corrente, prenda a Ti meu coração errante”.

Incomodado com as palavras sobre o desvio do coração do cristão, alguém mudou as palavras dessa estrofe: “Inclinado a adorar, Senhor, eu o sinto, inclinado a amar ao Deus a quem eu sirvo”.

Apesar das boas intenções do editor, as palavras originais descrevem com precisão a luta cristã. Como cristãos, temos duas naturezas, a carnal e a espiritual, e elas estão em conflito. Conquanto nossa natureza pecaminosa sempre esteja “propensa” a se afastar de Deus, se estivermos dispostos a nos render ao Seu Espírito, não temos que ser escravizados aos desejos da carne. Essa é a essência da mensagem de Paulo nos textos da lição desta semana.

Andar no Espírito


1. Leia Gálatas 5:16. O que o conceito de “andar” tem que ver com a vida de fé? Dt 13:4, 5; Rm 13:13; Ef 4:1, 17; Cl 1:10

Andar é uma metáfora tirada do Antigo Testamento que se refere à maneira pela qual uma pessoa deveria se comportar. Paulo, que era judeu, muitas vezes fez uso dessa metáfora, em suas cartas, para descrever o tipo de conduta que deve caracterizar a vida cristã. O uso que ele fez dessa metáfora provavelmente estivesse ligado também ao primeiro nome a ser associado com a igreja primitiva. Antes que os seguidores de Jesus fossem chamados cristãos (At 11:26), eles eram conhecidos simplesmente como seguidores do “Caminho” (Jo 14:6; At 22:4; 24:14). Isso sugere que, em uma época muito antiga, o cristianismo não era apenas um conjunto de crenças teológicas centralizadas em Jesus, mas era também um “caminho” de vida a ser “percorrido”.

2. De que forma a metáfora de Paulo sobre andar era diferente daquela encontrada no Antigo Testamento? Compare Êx 16:4; Lv 18:4; Jr 44:23 com Gl 5:16, 25; Rm 8:4

A conduta no Antigo Testamento não era definida simplesmente como “andar”, porém mais especificamente como “andar na lei”. Halakhah é o termo legal que os judeus usavam para se referir às regras e regulamentos encontrados tanto na lei quanto nas tradições rabínicas de seus antepassados. Embora Halakhah normalmente seja traduzida como “lei judaica”, na verdade a palavra tem por base o termo hebraico para “andar” e significa literalmente “a maneira de andar”.

Os comentários de Paulo sobre “andar no Espírito” não são contrários à obediência à lei. Ele não sugeriu que os cristãos devem viver de uma forma que transgrida a lei. É importante repetir: Paulo não se opôs à lei nem à obediência à lei.

O que ele combateu foi a forma legalista pela qual a lei estava sendo mal utilizada. A obediência genuína que Deus deseja nunca poderá ser alcançada por obrigação exterior, mas apenas pela motivação interior produzida pelo Espírito (Gl 5:18).

Como tem sido sua experiência de “andar no Espírito”? Como você faz isso? Que práticas em sua vida dificultam esse tipo de caminhada?

O conflito do cristão


3. “Pois a carne deseja o que é contrário ao Espírito; e o Espírito, o que é contrário à carne. Eles estão em conflito um com o outro, de modo que vocês não fazem o que desejam.” Você tem experimentado a realidade difícil e dolorosa dessas palavras? Gl 5:17 (NVI); Rm 7:14-24

A luta que Paulo descreveu não é a luta de todo ser humano. Ela se refere especificamente ao “cabo de guerra” interior que existe no cristão. Visto que os seres humanos nascem em harmonia com os desejos da carne (Rm 8:7), é somente quando nascemos de novo pelo Espírito, que um conflito espiritual realmente começa a surgir (Jo 3:6). Isso não significa que os não cristãos nunca experimentam conflitos morais; eles certamente os experimentam. Mas, mesmo esse conflito, em última análise, é resultado da atuação do Espírito. A luta do cristão, no entanto, assume nova dimensão, porque o cristão tem duas naturezas que estão em guerra uma com a outra: a carne e o Espírito.

Ao longo da história, os cristãos têm ansiado por alívio dessa luta. Alguns têm procurado pôr fim ao conflito se retirando da sociedade, enquanto outros têm afirmado que a natureza pecaminosa pode ser erradicada por algum ato da graça de Deus. Ambas as tentativas estão equivocadas. Embora certamente possamos subjugar os desejos da carne pelo poder do Espírito, o conflito continuará de várias formas, até que recebamos um novo corpo na segunda vinda de Jesus. Fugir da sociedade não ajuda porque, não importa aonde formos, levaremos a luta conosco até a morte ou a até a volta de Cristo.

Quando Paulo escreveu em Romanos 7 sobre o conflito interior nos cristãos como impedindo-os de fazer o que querem, ele estava enfatizando a total extensão desse conflito. Visto que possuímos duas naturezas, estamos literalmente nos dois lados da batalha ao mesmo tempo. Nossa natureza espiritual deseja o que é espiritual e detesta o que é carnal. Nossa natureza carnal, no entanto, anseia as coisas da carne e se opõe ao que é espiritual. Sendo que a mente convertida, por si mesma, é muito fraca para resistir à carne, a única esperança que temos de subjugar a carne é tomar uma decisão diária de nos colocarmos ao lado do Espírito contra nossa natureza pecaminosa. Por isso Paulo insistiu tanto em que os cristãos decidissem andar no Espírito.

Com base em sua experiência da batalha entre essas duas naturezas, que conselho você daria para um cristão que esteja tentando resolver essa luta interminável contra si mesmo?

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