sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Estudo Diário 14-10-2011 - Comentários da Semana

I. O fundamento da unidade cristã
(Recapitule  João 17:21; 1Corintios 1:10-13.)

A unidade na igreja cristã era e é não apenas um imperativo organizacional, mas um imperativo teológico. Quando Jesus Cristo previu o futuro de Sua igreja, uma das primeiras coisas que Ele desejou para ela foi “que todos [fossem] um” (João 17:21). Havia muitas razões para esse objectivo. Obviamente, a igreja funcionaria com mais eficiência se seus membros fossem unidos na fé, prática e objectivos. É por isso que até mesmo organizações seculares e empresas com fins lucrativos muitas vezes exigem que os empregados se comprometam com uma declaração de missão.

E para um corpo de pessoas que afirmam servir a Deus ou a um objectivo mais elevado, a desunião é ruim. Se a igreja deve fechar o abismo entre Deus e a humanidade, as pessoas (como os Beatles disseram) “adorariam ver o plano”. Elas podem ver o plano na forma pela qual a igreja funciona diante de seus olhos. Quando vêem uma igreja em desordem, de certa forma eles são justificados ao perguntar se ainda existe algum propósito nela. Assim, a unidade nos ajuda a representar melhor a Deus para as pessoas que não O conhecem ainda, mas poderiam estar abertos à oportunidade de conhecê-lo.

E isso nos leva à questão teológica. A igreja representa Deus na medida em que é Seu corpo na Terra (Romanos 12:5; 1Corintios 12:12-27; Efésios 3:6; 5:23). Deixando de lado o fato de que um corpo é uma unidade funcional de muitas partes (não que essa distinção da diversidade não seja igualmente importante), em certo sentido, a igreja é Cristo. Jesus é Deus, e Deus é uma unidade harmoniosa de três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Se a igreja deve reflectir Deus, precisa ser uma unidade harmoniosa de diferentes personalidades nela incluídas. Se isso não é verdade na maior parte do tempo, se a igreja não está trabalhando constantemente em direcção a esse ideal, torna-se apenas mais uma organização dedicada a se perpetuar e atender a programas egoístas. Realmente é simples assim.


Ao mesmo tempo, a unidade cristã não é apenas uniformidade ou relacionamento harmonioso entre os membros. A unidade cristã é unidade em Cristo. Na igreja primitiva, grande parte da desunião que se manifestava era o resultado de confiança equivocada nos líderes humanos, como Paulo menciona em 1 Coríntios 1:10-13. E, em certa medida, essa confiança equivocada também tinha muito que ver com o dilema da Galácia. Os oponentes de Paulo sabiam que podiam lançar dúvidas e suspeitas sobre Paulo como pessoa e, talvez, inspirar confiança em si mesmos por causa de seu carisma, qualidades pessoais, ou completa e ousada autoconfiança. Ao contrário, Paulo focalizava o único evangelho genuíno, que deveria ser a verdadeira força unificadora entre os cristãos.

Pense nisto: Quais são algumas das armadilhas mais óbvias de confiar em líderes humanos, e não no próprio Cristo?

II. Vamos falar sobre circuncisão·
(Recapitule com a classe Gálatas 5:2-6.)

Costuma-se dizer que os adversários de Paulo, conhecidos como judaizantes, queriam que os conversos ao cristianismo se tornassem judeus, e isso é verdade. Alguns usam essa declaração para indicar que os judaizantes queriam exigir que os cristãos gentios fossem circuncidados e observassem outros costumes judaicos menos conhecidos. A maioria dos estudiosos concorda, porém, que isso não era verdade em relação a todos os judaizantes. Além disso, havia lugar para os gentios justos tanto no judaísmo normativo da época quanto no regime de alguns cristãos judaizantes. Havia uma classe de pessoas conhecidas como tementes a Deus, gentios que haviam adoptado algumas crenças, costumes e práticas judaicas. Eles participavam da vida na sinagoga, em certa medida, e haviam sido aceitos até certo ponto. Mas não eram totalmente convertidos, principalmente porque não tinham sido circuncidados. Assim, o status que ocupavam era evidentemente de segunda classe.

Na época, a igreja cristã ainda não tinha chegado a um consenso sobre o que fazer com os gentios convertidos, mas eles eram parte dela e desempenhavam um papel importante nas igrejas cristãs primitivas. A partir das evidências bíblicas disponíveis, parece que os líderes da igreja em Jerusalém, embora judeus e muito obedientes às leis e costumes judaicos, não participavam activamente na controvérsia, enquanto ela estava se formando. Outros, sobretudo os judaizantes que Paulo enfrentava na Galácia, se encarregavam activamente de “melhorar” os gentios convertidos, mantendo a perspectiva de um maior nível de integração ou de realização espiritual para os gentios que resolvessem se converter totalmente ao judaísmo; um grupo de elite de super conversos, se você preferir.

Paulo viu correctamente que esse plano podia minar a unidade e a igualdade diante de Deus que devia existir na igreja. Os judaizantes distorciam o evangelho sugerindo que ele poderia ser melhorado ou fortalecido por outra coisa e que as pessoas que adicionassem (ou subtraíssem) essas pequenas coisas, de alguma forma ocupavam um lugar mais alto. Por isso, Paulo disse em Gálatas 5:2 que qualquer pessoa que fosse circuncidada com base em tal pressuposto não traria nenhum proveito a si mesma e, possivelmente, haveria prejuízo espiritual para ela mesma.

Pense nisto: Todos temos nossas ideias de como um bom cristão deve parecer ou agir. Algumas delas estão profundamente enraizadas na educação ou doutrinação em determinada tradição. Algumas de nossas ideias podem até ter algum fundamento bíblico. Como podemos evitar poluir o evangelho pela tentativa de controlar as pessoas com nossos próprios conceitos de como elas devem parecer ou agir?

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