quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Sociedade: Presidente da República saúda diálogo inter-religioso como «fonte de esperança»

 

 Grupo de Trabalho Religiões e Saúde recebido em audiência por Cavaco Silva no Palácio de Belém

 

 


Lisboa, 26 out 2011 (Ecclesia) – O Grupo de Trabalho Religiões e Saúde (GTRS), que acompanha a assistência espiritual nos serviços de saúde, foi hoje saudado pelo presidente da República como polo de “pluralismo religioso” e “fonte de esperança” social.

Segundo o padre Fernando Sampaio, membro daquele organismo e capelão do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, Cavaco Silva mostrou-se “agradado com aquilo que o grupo representa, por ser um instrumento de bem-estar ao doente”.

A deslocação ao Palácio de Belém serviu para reforçar a convicção de que “o Estado pode ser uma porta aberta” para a aplicação dessa filosofia, desde que a participação de quem governa se resuma a uma “laicidade positiva”, advertiu o sacerdote católico, em declarações à Agência ECCLESIA.

“Quando o Estado assume uma postura religiosa, sob o ponto de vista laicista, geralmente é impeditivo de toda essa realização e acaba por ser um fator de instabilidade”, acrescentou.




Criado em 2009, com base na noção de que o diálogo inter-religioso e o respeito pelas crenças de cada um contribuem decisivamente para o tratamento da pessoa que sofre, o GTRS acredita que esta filosofia deve ser aplicada não só nos hospitais mas em todos os setores da sociedade.

Para o padre Fernando Sampaio, “a harmonia que existe dentro do GTRS”, que reúne representantes de onze crenças diferentes, “é no fundo uma espécie de laboratório” para a promoção de uma “terapia de esperança em tempo de crise”, como defende o texto que foi entregue a Aníbal Cavaco Silva.
O GTRS considera que “o Estado tem um papel a desempenhar que é garantir e criar condições favoráveis, por via de uma laicidade positivamente entendida, à emergência das religiões no espaço público e nas Instituições, proporcionando a possibilidade de se encontrarem e de serem encontradas”.
“O momento crítico que vivemos pede terapia de esperança, que deverá passar pela revalorização desta dimensão integrante da nossa identidade espiritual como povo de povos, assim geneticamente constituído”, indicam os líderes religiosos.

O documento e este encontro com o presidente da República surgiram no seguimento de um simpósio inter-religioso e interdisciplinar na Fundação Calouste Gulbenkian, em que o GTRS apresentou um manual de assistência espiritual hospitalar.

Nela figuram alguns dos ritos principais que caracterizam cada um daqueles credos, como os que realizam “em torno do nascimento, as prescrições alimentares por opção religiosa, o sentido e as práticas religiosas na doença e no sofrimento (como transfusões de sangue e transplantes)”.

O documento aborda ainda “questões que têm a ver com a morte, tanto espirituais como da bioética (como a eutanásia, a recolha de órgãos para transplante, doação de cadáver, as autópsias, os cuidados com o corpo morto)”.

Fonte: http://www.agencia.ecclesia.pt/

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